O divino que existe na criança
- Sheila Antony
- 27 de fev. de 2021
- 1 min de leitura
No meu livro TRANSTORNOS CLÍNICOS DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA: UM OLHAR COMPREENSIVO DA GESTALT-TERAPIA, escrevo no último capítulo sobre o divino que cada criança carrega dentro de si, para dar um sentido ao adoecimento de cada uma. Após abordar a formação dos sintomas e das psicopatologias originados da autoestima empobrecida de pensamentos positivos e sentimentos bons, quis apontar a grandeza da criança em buscar a saúde da família ao se tornar a vítima, a ovelha imolada que se sacrifica pelo bem maior de todos. A criança é totalmente indefesa diante das necessidades e manipulações dos pais, advindas da criança ferida de cada um. As dores da meninice dos pais serão as dores dos filhos, revividas no dia a dia do convívio familiar, posto que "a tragédia da infância dos pais será perpetuada, inconscientemente nos filhos" (Miller, 1997). Portanto, a criança que chega para terapia traz a esperança de cura da família. A criança move o que há de mais sagrado nos adultos. É em seu coração que habita o divino, o eu verdadeiro e real capaz de compaixão, perdão, amor incondicional, força que subjaz por trás de toda dor e temor. O divino é o impulso inspirado pelas qualidades transcendentais que guia as ações justas, humanas, fraternas, éticas; que alimenta a crença na bondade de todo ser humano e, acima de tudo, nomeia aquilo que transborda na criança - a ternura amorosa, a alegria de viver.
Comments