A MENSAGEM DA CULPA
- Sheila Antony
- 27 de nov. de 2023
- 2 min de leitura
A culpa é um sentimento de angústia originado de pensamentos autocondenatórios dirigido a uma ação inapropriada. Onde há culpa, há um crime cometido contra alguém muito significativo. O que a criança menos quer é magoar os pais, para não perder o amor parental. A criança, em seu processo de desenvolvimento, muitas vezes, age espontaneamente, seguindo os próprios impulsos naturais e o princípio do prazer, o que contraria muitas vezes, as vontades e determinações dos pais. Se os pais são intolerantes, rígidos, hostis, agirão com ameaças de punição, com critica exacerbada, com reprovação, com palavras ferinas que levam a criança a se sentir mal e a temer ser castigada, abondanada ou rejeitada, por ter provocado raiva, decepção, insatisfação nos pais. A culpa, por conseguinte, é formada a partir de introjeções não cumpridas. Quando a criança não obedece a uma ordem dos pais, quando não se comporta segundo as normas familiares, exigências e valores morais das figuras parentais. Quanto maior a ameaça de perder o amor dos pais, mais a criança se autoreprova, se autocondena, se autopune. A criança tudo fará para obter o perdão, para reparar a má ação. Caso os pais demonstrem baixa capacidade de perdoar, permanecendo dias sem falar com a criança, retirando seu calor afetivo, maior será a intensidade da culpa. A criança crescerá com o sentimento de não ser merecedora de ser amada, passará a pedir des(culpa) por tudo, que supostamente acha que fez de errado (não atender prontamente o pedido de alguém), e por todos (até quando o erro é do outro, como quebrar um objeto, esquecer algo). A criança tornar-se-á um adulto que é o seu próprio carrasco e sua própria vítima, processo defensivo que corresponde à retroflexão patológica. Portanto, trabalhar a culpa requer ir as raízes das experiências introjetadas que carregam raiva reprimida, ressentimentos guardados, sentimentos de menos valia, pensamentos tóxicos destruidores do amor próprio. A boa terapia resgata a capacidade de amar e a crença de que tem qualidades que a tornam merecedora de ser amada.
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