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Superproteção parental: Filhos inseguros e dependentes

  • Foto do escritor: Sheila Antony
    Sheila Antony
  • 16 de jul. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 21 de dez. de 2020


Essa live realizada com Virginia Suassuna, no dia 15.07.2020, trata dos efeitos prejudiciais da superproteção na personalidade dos filhos. O significado mais profundo da

superproteção é cuidar daquele que é amado, porém que é frágil e vulnerável. É em nome do amor transbordante para com o filho desejado, o qual teme perder, que exerce o cuidado excessivo. Pais superprotetores pretendem resguardar a criança da dor, da angústia, da doença, do sofrimento ou qualquer acontecimento traumático, porém, para preservar a própria segurança. No processo de desenvolvimento existem duas escolhas a serem feitas pelos pais: ensinar a criança a superar frustrações, ou mimá-las. Quando os pais agem com a intenção de prevenir a frustração (mimar), a criança perde a oportunidade de mobilizar recursos internos para resolver situações de conflito, enfrentar tensões, superar desafios, lidar com o outro diferente. Ela se torna alguém que foge de brigas, discussões, conflitos por se sentir incapaz de se defender, sendo um fácil alvo para sofrer bullying. Pode se transformar em um adolescente e adulto passivo, com baixa iniciativa para agir, tomar decisões, fazer escolhas, submisso ao outro e dependente da opinião alheia. É importante os pais entenderem que para a criança crescer, amadurecer, ela precisa ser incentivada a ser independente, seguir rumo à conquista da autonomia, ser dona do próprio destino, das próprias escolhas, enfrentar o mundo e o outro estranho. Pais seguros estimulam a independência (comer/vestir-se, tomar banho sozinho, escolher suas roupas), encorajam a aventura, o risco (subir em árvore, andar descalça, dormir na casa de amigos/primos), dessa maneira, constroem o vínculo de segurança, que é base para o desenvolvimento da autoconfiança, da segurança e do respeito por si. A criança sem o suporte ambiental (dos pais), não constrói o autossuporte (o apoio ancorado em si), nem terá uma boa e saudável autoestima. O medo e a insegurança serão seus companheiros, por consequência, submergirá a um estado de dependência e inferioridade, em que será eternamente alimentada e cuidada pelos pais. Os conflitos centrais dos pais são a angústia da separação, da independência, da destruição, do sofrimento, da morte. Já a criança se depara com o drama psicológico de renunciar ao estado de dependência infantil ou permanecer sob o domínio parental. Ao optar em manter-se subjugada aos pais, exerce uma agressão contra sua personalidade e um severo autocontrole sobre seus desejos, impulsos e excitações e vontades autênticas. Ao escolher pela independência, terá que enfrentar o medo, a raiva e as chantagens emocionais dos pais. Há um árduo combate para ser feliz! Encerro com as palavras de Myrian Bove Fernandes, Prefacista de meu livro Cuidando de Crianças: Teoria e arte em Gestalt-Terapia, ao citar Paul Goodman descrevendo o pensamento de um amigo acerca de crianças: "O melhor modo de cuidar de crianças é: deixe-as sozinhas e fique por perto; sendo que fique por perto significa, eu suponho, prover segurança, atenção a sua exploração, consolo para a dor, sugestão, suporte material para o próximo passo e responder as suas perguntas".

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