top of page

Roda de Conversa em Natal

  • Foto do escritor: Sheila Antony
    Sheila Antony
  • 11 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

Realizei em Natal, no dia 7/8, Roda de Conversa sobre Automutilação e Suicídio, no Vila do Brincar, coordenado por Marina Ferrer. O encontro reuniu 30 pessoas dentre pais, psicólogos, pedagogos e psicopedagogas, que muito contribuíram com questionamentos, conhecimento e saber.

Ficaram diversas orientações construídas pelo grupo quanto a condutas voltadas para a automutilação e tendências suicidas:

Para adolescentes com atos de automutilação: 1- ter diálogo aberto e direto sobre o que está acontecendo, tudo que acontece em silêncio deve ser desvelado; 2- Por-se disponível para acolher, ouvir e agir com proteção, sem julgamento e reprovação; 3) Fortalecer o eu, incentivando o enfrentamento do outro, considerado forte e poderoso. Basta um não, uma recusa, uma opinião assentados na autoconfiança. Esses adolescentes não acreditam em si, não gostam de si, sentem-se pouco valorizados por todos, dependentes do juízo alheio. 4) Encaminhar para psicoterapia;

5) Os pais devem procurar as Escolas, pois, muitas vezes, o ato se deflagra por um acontecimento de rejeição e bullying no ambiente escolar. Em verdade, só acontece e se mantém essas condutas autolesivas quando não há suporte familiar, os pais são muito exigentes ou negligentes, pais que estão em conflito com o cônjuge, pais que não sabem lidar com raiva, agressividade, violência. As Escolas não sabem lidar com essa situação, nem com agressão e violência, omitem-se e isentam-se da responsabilidade de enfrentar as deficiências e supostos defeitos do sistema pedagógico e educacional da Instituição. Quem comete automutilação não tem a intenção de morrer ou se matar, age com a esperança de ser visto, ouvido, respeitado e amado.

Com relação ao suicídio, destaco: 1- É importante a assistência de mais de um profissional. Psicologo e psiquiatra devem estar alinhados como dupla, terem experiência com esse drama; 2- Avaliar os fatores de risco, p. ex., se já houve mais de uma tentativa, se há constante ameaça verbalizada da intenção suicida, se a pessoa está arredia e em isolamento; 3- Em caso de risco, os pais devem estar vigilantes o tempo todo, acompanhando o filho, não deixá-lo sozinho, sugerir passeios e atividades que lhe agradem e mobilizem suas habilidades e talentos, dando esperança e desejo de vida, agindo com proteção e cuidado; 4- Internar em clinica ou hospital, caso os fatores de riscos estejam exacerbados.

As pessoas com tendências suicidas perderam o sentido de vida, não dão valor a si próprio, não tem o sentimento de pertencer e ser parte da família (sentem-se um peixe fora da água), sentem-se impotentes para mudar o que está tóxico na relação familiar. Com frequência, sentem que não são donos do próprio destino, necessitam seguir a vontade do outro, perderam a liberdade de ser, já não sabem quem são. Os profissionais precisam de muita sensibilidade, amor, dedicação, paciência e ciência para tratar e acolher essas pessoas que, em sua maioria, são negativas, amargas, raivosas e desafiam o poder dos terapeutas, do mundo, da vida. Esqueceram do tesouro pessoal que escondem dentro de si.

Commentaires


Arquivo
Procurar por tags
© 2018 por Mônica Indig. 
bottom of page