De Pais para filhos
- Sheila Antony
- 12 de jan. de 2019
- 3 min de leitura
Em um tempo em que o diálogo está raro entre pais e filhos, sugiro algumas importantes atitudes para valorizar a presença e a existência de cada um.
Converse com seu filho. Quando chegar do trabalho, não pergunte logo se ele cumpriu com as obrigações e tarefas. Mostre interesse por ele, conversando sobre o que aprendeu na escola, como foi seu dia, o que aconteceu em casa. Só depois cobre as responsabilidades. A criança gosta de falar de si e ouvir sobre os pais.
Demonstre carinho. Se conseguir abraçar, abrace. Se conseguir beijar, beije todo dia (ao ir para a escola, ao chegar do trabalho, ao ir dormir, quando faz algo bom e agradável). Carinho é curador. Filhos querem carinho por toda a vida.
Escute com o coração. Aprenda a escutar seu filho sem julgar. Escute querendo ouvir o que ele tem a lhe dizer, o que ele sente, tentando se por em seu lugar (pensar como criança), para entender seu comportamento, desejos e necessidades.
Dê limites claros, firmes. Saiba dizer sim quando possível e não quando necessário. Dar limites não é ser uma má mãe ou um pai mau, é ensinar a aceitar frustração, adiar desejos, respeitar o outro em suas diferenças, distinguir o que é certo e errado e aquilo que pode ser perigoso e prejudicial a ela.
Faça elogios ao comportamento, ao esforço e boa vontade da criança. É importante elogiar para formar um senso de eu positivo. Ex. Que bom que você empresta seu brinquedo ao seu irmão. Fico orgulhoso quando você diz a verdade e não mente. Parabéns por sua nota na prova.
Corrija o seu comportamento expondo os seus sentimentos a respeito da sua conduta. Assim você estará ensinando a comunicação emocional. Ex. Fico muito aborrecido quando você bate em seu irmão. Fico triste quando você não faz o que pedi.
Respeite sua individualidade. Reconheça e aceite que a criança tem uma personalidade diferente com desejos, anseios e ideias próprias. A criança precisa sentir que tem o direito de escolha.
Ensine a criança a ter condutas éticas. Não jogar lixo no chão, respeitar a natureza, não maltratar os animais ou as pessoas, não ter preconceitos, respeitar as diferenças e deficiências dos outros, não quebrar as coisas alheias, cuidar da própria casa, ter condutas gentis e solidárias. Seja exemplo ético para o seu filho.
Descubra seus dons, talentos, habilidades. Incentive a criança a ter planos futuros para sua autorrealização e a olhar-se de forma confiante e positiva, a partir dos dons pessoais inatos.
Não repreenda usando palavras humilhantes, depreciadoras. Ex. Você não presta pra nada. Voce é mau, feio, burro, doido! Voce só me dá trabalho, seu peste! Palavras doem e ferem, deixam marcas no coração.
Não seja autoritário, aja com autoridade. Pai autoritário é aquele que impõe suas vontades, leis e crenças sem escutar o outro. Pai com autoridade é aquele que faz uso do seu poder de adulto para orientar, proteger, dar limites, visando o bem-estar da criança ao ser firme e justo.
Não seja violento. Criança não aprende por agressão física, mas com correções verbais firmes e coerentes. Violência gera violência e traumas.
Perdoe e peça perdão. Seja humilde quando errar com seu filho e peça perdão, assim ele aprenderá a perdoar o outro e a ter consciência de seus erros. Aceite as tentativas da criança de reparar o que fez de errado. Perdoe para que ela aprenda a perceber a dor alheia e queira ser perdoado.
* Trecho extraído do meu livro "Cuidando de crianças: teoria e arte em GT"
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