Masturbação infantil
- Sheila Antony
- 26 de dez. de 2018
- 1 min de leitura
A masturbação na criança é uma experiência natural, após o desfralde, como processo de exploração do corpo e das partes genitais. A criança toca suas partes genitais, até então cobertas pelas fraldas, e descobre o prazer. Diferentemente do adolescente ou adulto, cuja masturbação se dá por criar fantasias sexuais com um objeto de desejo, a criança não tem fantasias sexuais nem objeto de desejo, sendo seu próprio corpo a fonte de prazer, realizando um ato de autoerotização. A sexualidade infantil se origina das experiências de intercorporeidade (entre corpos) vividas entre a criança e seus pais ou pessoas responsáveis por seu cuidado, além daquilo que ouve e vê acontecer afetivamente entre seus pais. É toda experiência de prazer e desprazer, baseada nas sensações corporais experimentadas pela criança na relação com o outro, o mundo e os objetos (brinquedos, alimentos, natureza). A masturbação infantil torna-se sintoma, quando: 1) a criança se sente frustrada nas trocas de carinho com os pais; 2) recebe muitos “nãos”, sentindo-se rejeitada; 3) tem a preferência dos pais, sendo alvo do investimento afetivo excessivo dos pais; 4) não aceita o tédio ou aquilo que não lhe dá prazer, ou fere a autoestima; 5) sofreu abuso sexual. A criança inconscientemente está trazendo à luz questões de ordem sexual dos pais/casal, quer seja temores, vergonha, inibições, fantasias sexuais frustradas; carências nas experiencias afetivo-corporais. Mostra também que não se importa com sua intimidade, quer mesmo é ser vista, provocar o outro, expondo sua busca de prazer sem temer crítica, reprovação, rejeição (o que acaba por acontecer). Pode ser considerada uma forma de exposição para atrair e receber atenção via corporal por lhe faltar o verbal.
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